Euphorbiaceae

Algernonia obovata (Müll.Arg.) Müll.Arg.

Como citar:

Mary Luz Vanegas León; Patricia da Rosa. 2019. Algernonia obovata (Euphorbiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

286.491,296 Km2

AOO:

100,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Oliveira, 2019), com ocorrência no estado da BAHIA, município de Boa Nova (Fiaschi 1415), Cairu (Guedes 4817); RIO DE JANEIRO, município de Cabo Frio (Fernandes 837), Casimiro de Abreu (Araújo 7604), Macaé (Riedel 383), Maricá (Souza 1855), Saquarema (Farney 3185),

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Mary Luz Vanegas León
Revisor: Patricia da Rosa
Categoria: NT
Justificativa:

Árvore de até 8 m, endêmica do Brasil (Oliveira, 2019) foi registrada na Floresta Ombrófila e na Restinga associados à Mata Atlântica, nos estados da Bahia, municípios Boa Nova e Cairu; Rio de Janeiro, municípios Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Macaé, Maricá e Saquarema. Apresenta distribuição ampla, EOO= 82975 km² e AOO= 48 km². A Restinga é um ambiente naturalmente frágil (Hay, et al. 1981), condição que vem sendo agravada pela forte especulação imobiliária, pela extração de areia e turismo predatório. A pressão exercida por essas atividades resulta em um processo contínuo de degradação, colocando em risco espécies da flora e da fauna (Rocha et al., 2007). Atualmente, a cobertura vegetal original remanescente da Região dos Lagos é menor que 10% (SOS Mata Atlântica, 2018). As Unidades de Conservação até então existentes, não foram suficientes e capazes de deter a forte pressão antrópica sobre os ambientes, especialmente pelas ações ligadas à especulação imobiliária e à indústria do turismo (Carvalho, 2018). Em Cairu a partir dos anos 90, o fluxo turístico na região aumentou significativamente e de forma desordenada (Gulberg, 2008). Com uma infraestrutura que não poderia suportar a crescente demanda de períodos de alta estação, resultando em graves consequências para o meio ambiente local (Gulberg, 2008). A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). Não existem dados sobre tendências populacionais e não são descritos usos efetivos ou potenciais que comprometam sua sobrevivência na natureza. Assim, foi considerada como Quase Ameaçada (NT) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e tamanho populacional) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação no futuro.

Último avistamento: 2007
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Fl. Bras. (Martius) 11(2): 536 (1874).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Restinga
Habitats: 1 Forest, 2 Savanna
Detalhes: Árvores com até 8 m de altura que habita a Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila e na Restinga (Oliveira, 2019).
Referências:
  1. Oliveira, L.D.S.D., 2019. Algernonia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB35664>. Acesso em: 05 Set. 2019

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting locality,habitat past,present,future regional high
O município de Saquarema com 35357 ha possui 6069 ha que representam 17% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Maricá com 36257 ha possui 8362 ha que representam 23% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Casimiro de Abreu com 46077 ha possui 14281 ha que representam 31% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019).
Referências:
  1. SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, 2019. Aqui tem Mata? https://aquitemmata.org.br/#/, (acesso em 2 de setembro 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat past,present,future regional high
O município de Boa Nova com 85915 ha tem 38,42% de seu território (33010 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2019). O município de Casimiro de Abreu com 46065 ha, tem 33% de seu território (15143 ha), convertidos em pastagem (Lapig, 2018). O município de Macaé (RJ), com 121622 ha, tem 45583 ha (37%) de seu território convertidos em pastagens (Lapig, 2018). O município de Maricá (RJ) com 36090 ha tem 4237 ha (12%) de seu território convertidos em pastagem (Lapig, 2019). O município de Saquarema (RJ) com 35310 ha tem 4479 ha (13%) de seu território convertidos em pastagem (Lapig, 2019).
Referências:
  1. Lapig, 2019 http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html acesso em 30 de maio 2019.
  2. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 16 de julho 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1 Residential & commercial development habitat past,present,future local high
Em Cabo Frio (RJ), 2º Distrito de Tamoios, a floresta secundária de restinga é impactada por loteamento e mineração de areia (Fernandes 837). Na Praia do Peró, município de Cabo Frio, encontra-se o maior e mais bem preservado campo de dunas móveis da costa fluminense. O projeto do mega-resort Reserva do Peró, conta com 450 ha de área, representando um impacto direto às formações naturais de dunas e à vegetação de restinga associada, o que significaria uma perda do maior remanescente desse ecossistema no estado (Pereira et al., 2011).
Referências:
  1. Pereira, T.G., Oliveira Filho, S.R. de, Corrêa, W.B., Fernandez, G.B., 2011. Diversidade dunar entre Cabo Frio e Cabo Búzios – RJ. Rev. Geogr. 27, 277–290.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas habitat past,present local high
Cairu é um dos dois únicos municípios brasileiros inteiramente arquipelágicos (o outro sendo Ilhabela - SP). Muito próximo a Salvador, é formado por 26 ilhas dentre as quais destacam-se as localidades Morro de São Paulo e Moreré, muito conhecidas atualmente pelo turismo crescente na região (Gulberg, 2008). A partir dos anos 90, o fluxo turístico na região aumentou significativamente e de forma desordenada(Gulberg, 2008). Com uma infra-estrutura que não poderia suportar a crescente demanda de períodos de alta estação, houveram graves conseqüências para o meio ambiente local (Gulberg, 2008). Atualmente, o aumento do turismo de massa contribuiu para o agravamento de problemas na APA, como por exemplo: o desmatamento, a sobre-pesca, a ocupação desordenada do solo, a especulação imobiliária, a descaracterização da cultura local, a prostituição, assédios sexuais, furtos e roubos, drogas e o acúmulo do lixo (Gulberg, 2008).
Referências:
  1. Gulberg, L.D., 2008. Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental das Ilhas de Tinharé e Boipeba - Estudo de caso. Universidade Federal da Bahia.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present regional high
A Restinga é um ambiente naturalmente frágil (Hay et al., 1981), condição que vem sendo agravada pela forte especulação imobiliária, pela extração de areia e turismo predatório, além do avanço da fronteira agrícola, introdução de espécies exóticas e coleta seletiva de espécies vegetais de interesse paisagístico. A pressão exercida por essas atividades resulta em um processo contínuo de degradação, colocando em risco espécies da flora e da fauna (Rocha et al., 2007). Atualmente, a cobertura vegetal original remanescente da Região dos Lagos é menor que 10%(SOS Mata Atlântica, 2018). As Unidades de Conservação até então existentes, não foram suficientes e capazes de deter a forte pressão antrópica sobre os ambientes, especialmente pelas ações ligadas à especulação imobiliária e à indústria do turismo (Carvalho, 2018)
Referências:
  1. Hay, J.D., Henriques, R.P.B., lima, D.M., 1981. Quantitative comparisons of dune and foredune vegetation in restinga ecosystemsin the State of Rio de Janeiro, Brazil. Revista Brasileira de Biologia 41(3): 655-662.
  2. Rocha, C.E.D., Bergallo, H.G., Van Sluys, M., Alves, M.A.S., Jamel, C.E., 2007. The remnants of restinga habitats in the Brazilian Atlantic Forest of Rio de Janeiro state, Brazil: Habitat loss and risk of disappearance. Brazilian Journal os Biology 67(2): 263-273
  3. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
  4. Carvalho, A.S.R., Andrade, A.C.S., Sá, C.F.C, Araujo, D.S.D., Tierno, L.R., Fonseca-Kruel, V.S., 2018. Restinga de Massambaba: vegetação, flora, propagação, usos. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, RJ. 288p.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
PARQUE ESTADUAL DA COSTA DO SOL (PI) ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE MASSAMBABA (US) ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO SÃO JOÃO - MICO LEÃO (US) MONUMENTO NATURAL MUNICIPAL DO PICO DO ITAGUARÉ (PI)
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em território que possivelmente será contemplado por Plano de Ação Nacional (PANs) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território TER32 (RJ).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie será beneficiada por ações de conservação que estão sendo implantadas no PAN Rio, mesmo não sendo endêmica e não contemplada diretamente por ações de conservação.
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente -SEA : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.